Nesta terça-feira (14), aconteceu no Espaço CentoeQuatro uma comovente conversa sobre “O que a vida fez da gente e o que a gente fez da vida” , um documentário sobre a problemática da prostituição e sua influência na vida de mulheres que a exercem, bem como sua relação com a exploração sexual. Além desses temas, também são reconhecidos dentro das histórias contadas, trajetórias que abordam o tráfico de pessoas e servidão doméstica. Este filme, realizado com o apoio do Ministério da Justiça e UNODC, foi desenvolvido dentro do Projeto Diálogos pela Liberdade, coordenado pela Pastoral da Mulher de Belo Horizonte, unidade do Instituto Oblata em Minas Gerais.
O projeto foi criado para levar informação à população, fomentando a sensibilização contra a desigualdade e a violência de gênero, a fim de enfrentar o preconceito e discriminação que recaem sobre as mulheres que estão em situação de prostituição.
O objetivo do documentário é entender a vulnerabilidade social, cultural e econômica como fator influenciador no desenvolvimento das formas de exploração, abordando também as possibilidades de enfrentamento. Por meio das histórias de vida das entrevistadas, que estão (ou já estiveram) no exercício da prostituição, busca-se revelar o outro lado além de estereótipos, preconceitos e julgamentos, as saídas encontradas e o reflexo da prostituição em suas vidas.
A exibição do documentário produzido pelo diretor convidado, Nélio Souto, foi seguida de um debate com os espectadores que compareceram ao Cine 104 para prestigiar o trabalho. O debate contou com a presença de Isabel C. Brandão (psicóloga na Pastoral da Mulher), Nélio Souto (jornalista e diretor do documentário), Jose Manuel Uriol (coordenador do Projeto Diálogos pela Liberdade e da Pastoral da Mulher), Fernanda Soares (Relações Públicas, ativista pelos direitos humanos e co-roteirista do documentário) e Regina Medeiros (Doutora em Antropologia Social e cultural e professora do Departamento de Ciências Sociais da PUC Minas).
O público trouxe diversos comentários e questionamentos que enriqueceram o evento e possibilitaram a exposição do processo de criação do documentário, um antigo projeto da instituição Oblata que se tornou realidade. Uma das mulheres que protagonizou o filme com seu o depoimento, assim como outras colegas acompanhadas pela Pastoral, interviram e participaram ativamente do debate. Esperamos que este material sirva para sensibilizar e gerar empatia sobre a realidade da prostituição em toda a sua amplitude e complexidade, revelando a face humana e as consequências do estigma na vida de mulheres que, como todos nós, lutam por melhores condições de vida.
O debate sobre “Violação de direitos humanos e estigma na prostituição feminina” foi transmitido ao vivo. Assista aqui.