Hildas de hoje – Reportagem do Estado de Minas revela prostitutas da Zona Guaicurus

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hildas de hoje - especiais
Flavia Ayer e Luciane Evans (textos) e Fred Bottrel (vídeo e fotos)

“Belo Horizonte soube primeiro, o Brasil demorou para descobrir. Nunca houve uma mulher como Hilda. Há 25 anos, o jornalista e escritor Roberto Drummond (1933-2002) mergulhou em universo de desejo e saiu de lá com uma personagem envolta em nuvem de mistério e sensualidade. Em abril de 1991, Drummond concluiu seu mais famoso romance. Pelas palavras do escritor e depois pelas imagens da TV,o país se encantou por Hilda Furacão. Na ficção e na realidade.

A personagem, inspirada em Hilda Maia Valentim, foi desejada por pobres, ricos, santosepecadores. Conhecida na classe média alta belo-horizontina, ela desnorteou a tradicional família mineira ao se tornar a prostituta mais famosa da Rua Guaicurus, nos anos 1960. Chegou na zona boêmia em 1º de abril de 1959 para se hospedar no quarto 304 do Maravilhoso Hotel e por lá ficou até 1º de abril de 1964. Por duas vezes, no dia da mentira. Coincidência ou destino
Embora pareça obra da ficção, a verdade é que Hilda nunca se foi.

Vinte e cinco anos depois do lançamento do livro Hilda Furacão, o Estado de Minas seguiu os passos de Roberto Drummond e retornou à Rua Guaicurus atrás das mulheres que, décadas depois da garota do maiô dourado, continuam a satisfazer os desejos dos homens. Por dois meses, a reportagem frequentou os hotéis da zona boêmia. Lá, como no romance, a imaginação e a realidade se confundem.

Já não há mais glamour, muito longe disso. Mas a Guaicurus resiste ao tempo e mostra que a narrativa ficcional se mantém viva na atualidade. Atravessa, por gerações, a vida de mulheres de carne e osso. Hilda está na personalidade forte de Susi, que largou a vida com os pais na Pampulha para morar no Novo Hotel, o antigo Maravilhoso. A voz de Hilda ressoa na fala de Thamires, que não determina a linha que divide o real do fantasioso.”

Acesse o material AQUI – Estado de Minas

Expediente

  • Reportagem: Flávia Ayer, Fred Bottrel e Luciane Evans
  • Vídeos e fotos: Fred Bottrel
  • Estagiários de multimídia: Breno Ribeiro e Thiago Fonseca
  • Edição de textos: Rafael Alves
  • Edição de arte: Júlio Moreira
  • Editora-executiva: Renata Neves
  • Diretor de redação: Carlos Marcelo Carvalho

Luta legal

A prostituição não é ilegal no Brasil. Porém, há mais de 10 anos essas mulheres estão na luta para tentar regulamentar a profissão. Atualmente, está na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4.211/2012, denominado “Lei Gabriela Leite” e proposto pelo deputado Jean Willys (Psol/RJ), que pretende não só desmarginalizar a profissão, como também permitir aos profissionais do sexo o acesso à rede de saúde pública, aos benefícios trabalhistas, à segurança pública e à dignidade humana. Com isso, acredita-se que a regularização seria um instrumento no combate à exploração sexual, ao possibilitar a fiscalização e o controle do Estado sobre o serviço.

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Diálogos pela Liberdade – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 

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