A Pastoral da Mulher de BH (Unidade Oblata em MG), em parceria com a Regional Pampulha da Prefeitura Municipal de BH, realizou, na última quinta-feira, dia 15 de maio, o seminário “”Impactos da Copa: Tráfico de Pessoas e Exploração Sexual”.
O Seminário, realizado no Auditório da Fundação João Pinheiro (sede da Pampulha) foi um enorme sucesso comprovado pelas mais de 160 inscrições que lotaram todos os lugares disponíveis.
A solene abertura foi realizada pelo Gerente da Secretaria Municipal Extraordinária da Copa, Glauco Carvalho, e a continuação Rudá Ricci fez uma interessante palestra avaliando criticamente alguns dos impactos da Copa do Mundo no Brasil . Ele é mestre em ciências políticas e doutor em ciências sociais, autor, entre outros, de “Lulismo” e “Nas Ruas”, este último dedicado à análise das manifestações de junho de 2013.
Ricci mostrou como o país não é o mesmo de abril de 2013. Os protestos de junho abriram as comportas para os “novos brasileiros” (os brasileiros da inclusão pelo consumo) se expressarem. Seu grito já não era transmitido pelas velhas entidades de mediação social (ONGs, sindicatos, algumas pastorais, etc.) , as quais deixaram de cumprir seu papel de colher demandas na base da sociedade e se envolveram com convênios estatais.
Posteriormente uma mesa redonda integrada por Anna Cristhina Pinheiro (Referência Técnica em DST/AIDS), pelo Coronel Wilson Chagas Cardoso (Assessor de Segurança e Inteligência da Secopa – Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo) e por Aparecida Vieira (Associação das Profissionais do Sexo de Minas Gerais – APROSMIG) analisaram os possíveis impactos da Copa do Mundo em BH sobre a saúde pública, a segurança pública e também as possíveis consequências paras as mulheres que estão em situação de prostituição.
Após o intervalo de almoço, a primeira palestra da tarde foi proferida pela delegada chefe da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, Dra. Cristina Coelli, que apresentou informações sobre tráfico de pessoas. Destacou que o Brasil é país de origem e destino de pessoas traficadas e que a principal causa do tráfico é a vulnerabilidade social. Explicou que o tráfico de pessoas é a terceira maior fonte lucrativa do crime organizado porque a mercadoria é a pessoa, que será utilizada várias vezes e, com isso, o traficante terá altos lucros. Insistiu na necessidade de conscientizar e informar a sociedade civil a fim de se enfrentar o tráfico. Finalmente destacou a importância do Projeto “Alerta Minas”, construído pela Polícia Civil. O projeto visa atender e apurar o desaparecimento e o tráfico de pessoas, com um trabalho articulado e integrado entre os 853 municípios mineiros.
A última Mesa Redonda do Seminário contou com a presença de Helyzabeth Campos (Programa de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil), Leticia Barreto (Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas -MG), Vanessa do Carmo (Jovens com uma Missão – JOCUM), Lucinete dos Santos (Pastoral da Mulher de BH) e Barbara Halina Furgal (Rede Um Grito pela Vida).
Encerrando o evento, Heliane de Guadalupe Alves (Gerente Regional de Políticas Sociais Pampulha) e Jose Manuel Lázaro (coordenador da Pastoral da Mulher BH) agradeceram aos palestrantes e participantes e convidaram para os futuros eventos que sobre este tema serão realizados.