PROJETO DIÁLOGOS PELA LIBERDADE
Idealizado pela Pastoral da Mulher de Belo Horizonte, que têm como missão promover ações que favoreçam a autonomia e protagonismo das mulheres que se encontram em situação de prostituição, o Projeto “Diálogos pela liberdade “busca superar visões distorcidas, moralistas e preconceituosas sobre as garotas de programa, que acabam por colocá-las como “vítimas” ou “coitadinhas”, reduzindo-as aos aspectos de fragilidade e impotência e imobilidade, o que também proporciona violações de direitos.
São elas as principais promotoras de seu processo. Por isso, nos colocamos ao seu lado, como companheiras e companheiros de caminho, e defensoras/es da vida e dignidade.
O trabalho sexual é uma atividade – como muitas outras – que também pode ser perigoso e cansativo. Mas existe uma série de problemas específicos. A violência contra a prostituta é poucas vezes reprimida pelas autoridades. A organização irregular, juntamente ao preconceito que sofrem, as situam em uma zona de penumbra quando se trata de seus direitos. Estes direitos são frequentemente violados pelos donos dos locais e por outras pessoas que lucram, direta e indiretamente, com o trabalho sexual.
Observamos que a discriminação e preconceito que pesa sobre estas mulheres é consequência de um problema maior que tem a ver com uma estrutura das relações sociais e de gênero baseadas na desigualdade, que coloca a mulher em uma situação de subordinação. Por isso, o Projeto Diálogos pela Liberdade pretende atuar preferencialmente na problemática que afeta diretamente as mulheres que exercem a prostituição, mas também, em segundo lugar, em todas aquelas áreas nas quais a igualdade e a liberdade da mulher esta sendo reprimidas. Em uma ampla perspectiva, nossas ações também promovem a sensibilização contra a desigualdade de gênero a violência contra a mulher e alertam sobre o tráfico de mulheres com fins de exploração sexual.
Convidamos homens e mulheres a colaborar, pois acreditamos que a luta contra a mercantilização dos corpos e a prevenção da violência doméstica e sexual é também, e essencialmente, responsabilidade dos homens.
A Pastoral da Mulher busca condições para a defesa dessas pessoas, dando-lhes suporte na defesa da vida, da liberdade, da segurança pessoal, da proteção contra a violência, da proteção da igualdade perante a lei, da liberdade de expressão, da não discriminação. Promover a não degradação das suas condições de trabalho é atuar no sentido de fortalecer o empoderamento dessas mulheres.
Público prioritário
O Projeto Diálogos pela Liberdade visa atuar em dois âmbitos diferenciados e, ao mesmo tempo, inter-relacionados:
- Enfrentamento do estigma que sofrem as mulheres que exercem a prostituição;
- Promoção dos direitos humanos das garotas de programa.
Objetivo Geral
Empoderar as mulheres que exercem a prostituição para que, mediante sua autogestão, melhorem suas condições de vida.
Objetivos específicos
- Diminuir os efeitos do estigma na vida pessoal dessas mulheres (que as mulheres conheçam a origem desse preconceito, quem se beneficia dele e como enfrentá-lo).
Estratégias de intervenção:
- Quadrinhos/Panfletos informativos: a distribuir entre as mulheres.
- Oficinas com as garotas de programa: para melhoria da autoestima e da promoção da saúde integral, bem como para mobilizá-las para conquista de espaços e denúncia de sua situação.
- Site: informação, campanhas, textos e entrevistas das próprias mulheres, no intuito de colocar um fim nos estereótipos que permeiam o imaginário coletivo sobre quem são. Trata-se de compartilhar histórias de superação para empoderar estas mulheres, dando visibilidade à ações que as valorizam.
- Enfrentar o estigma nos locais onde a mulher que exerce a prostituição interage cotidianamente.
Estratégias de intervenção:
- Folhetos especificamente dirigidos aos clientes.
- Sensibilização dos funcionários e donos dos hotéis: com materiais informativos e encontros para debate/diálogos.
- Sensibilização de Entidades da Sociedade Civil e órgãos públicos: com reuniões específicas com cada Entidade (apresentar a problemática e oferecer orientações para o atendimento dessas mulheres).
- Sensibilização social (humanização, conscientização e chamada para atuação efetiva do poder público).
Estratégias de intervenção:
- Encontros com representantes de Instituições Públicas e Privadas;
- Campanhas (spots, redes sociais, vídeos);
- Seminário;
- Exposições artísticas para sensibilizar;
- Eventos específicos;
- Entrevistas e artigos na mídia;
- Palestras e workshops;
- Blog da Pastoral.