O projeto de reforma da Previdência Social enviado ao Congresso Nacional é um grave ataque aos direitos dos trabalhadores, especialmente das trabalhadoras. Ao propor a mesma idade de aposentadoria para homens e mulheres o que se propõe na verdade é acabar com mecanismo que visa compensar minimamente as mulheres pelas injustiças que sofrem ao longo de sua vida profissional.
Esta diferenciação está prevista na Constituição de 1988. A aposentadoria antecipada das mulheres foi adotada para compensar o fato de que elas assumem a maior parte das tarefas domésticas e o cuidado dos filhos, e o fato de que elas vivenciam uma condição mais desfavorável no mercado de trabalho, no qual sofrem discriminação e recebem salários inferiores.
A nova regra proposta pelo governo prevê idade mínima para aposentadoria de 65 anos para todos e coloca mulheres no centro do debate sobre desigualdade no mercado de trabalho. O mais grave, para as mulheres, é a mudança no tempo mínimo de contribuição para acessar a aposentadoria, de 15 para 25 anos. Com o aumento da exigência do tempo de contribuição, quase metade das trabalhadoras pode não conseguir se aposentar no futuro.
Em Belo Horizonte umas 150 mil pessoas participaram do ato contra a reforma da previdência nesta quarta-feira (15) pelas ruas do Centro de Belo Horizonte. A concentração do ato se realizou às 10.00 h. na praça da Estação. De lá, eles seguiram até a praça Sete, subiram a avenida Amazonas até a praça Raul Soares e, finalmente, foram até a praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).