Aconteceu ontem (23) o Seminário “DIALOGANDO SOBRE PRECONCEITO NA PROSTITUIÇÃO E LUTA POR DIREITOS” organizado pelo Projeto Oblata Diálogos pela Liberdade na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Ele tinha o objetivo de promover o diálogo sobre direitos das prostitutas, marcos legais, feminismos, criminalização dos mercados sexuais e ativismos protagonizados pelas trabalhadoras sexuais.
Na Mesa de abertura, a deputada estadual Marilia Campos , o Vereador Pedro Patrus e Luara Colpa (do Coletivo Vivas e representando ao Vereador Gilson Reis) reforçaram o seu compromisso na defesa dos direitos humanos e com a causa da mulher . A ir. Lúcia Alves em nome do Instituto das Irmãs Oblatas situou este seminário no marco de um conjunto de eventos semelhantes que a Rede Oblata esta realizando em outras cidades (São Paulo, Salvador e Juazeiro-BA) onde o Instituto atua com projetos sociais , para denunciar a violência e o preconceito que sofre este grupo de trabalhadoras.
Na primeira mesa temática Adriana Piscitelli falou sobre algumas tensões e conflitos entre organizações de prostitutas, grupos feministas e Estado, no Brasil. A continuação abordando o tema “ Gênero, Estigma e preconceito na prostituição” debateram Vitor Costa (sociólogo), Isabel Brandão (psicóloga), Juliana Jayme (antropóloga social).
Na parte da tarde Thaddeus Blanchette e Barbara Lobo (jurista) abordaram o tema :” Enfrentando a criminalização da prostituição”. Thaddeus, antropólogo) e pesquisador do Observatório da Prostituição, alertou sobre as conexões de determinadas correntes feministas abolicionistas brasileiras com forças conservadoras e os efeitos que essas alianças terão nas ”vítimas” que pretendem “proteger”. Barbara Lobo analisou o contexto jurídico no qual se insere a prostituição na legislação brasileira e os interesses espúrios dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no atual momento nacional após do golpe contra Dilma.
A Mesa que abordou a ” Luta por direitos das organizações de trabalhadoras sexuais” foi protagonizada por Monique Prada (CUTS) Cida Vieira(Aprosmig) , Lucimara Wienisky (Filhas da Luta) e Santuzza (CUT’S/BH). Também participaram nesta Mesa, Alana (representando as travestis ) e Vinicius (população LGBT) . A luta por direitos, por melhores condições de trabalho e por respeito, assim como a necessidade de empoderar as prostitutas foram pontos constantemente reiterados pelas falas dessas lideranças. Monique sublinhou a necessidade de debater as leis que afetam às prostitutas, sendo que elas não estão sendo ouvidas . São propostas normativas que farão com que as trabalhadoras sexuais façam seu trabalho de modo mais precário ainda.