Na tarde desta quarta-feira (3 de setembro), o Projeto Diálogos pela Liberdade, em parceria com a Escola de Direito Dom Helder Câmara, exibiu o filme documentário “O QUE A VIDA FEZ DA GENTE E O QUE A GENTE FEZ DA VIDA”, que aborda a trajetória de mulheres guerreiras que foram ou são prostitutas. O filme produzido pela Pastoral da Mulher emocionou e mostrou a realidade a partir das protagonistas das histórias.
Nelio Souto, jornalista e diretor do documentário, abriu a mesa redonda falando sobre sua experiência nesse projeto e ao longo de 10 horas de gravação com as mulheres, revelando as adaptações para direcionar as filmagens e expressar a essência de cada personagem (real). Nanda Soares, relações públicas roteirista do documentário, trouxe a perspectiva da sensibilização sobre vulnerabilidade social como um dos objetivos do filme e comentou o trabalho realizado com a Pastoral da Mulher como ponto-chave para uma visão mais humana e próxima da realidade das protagonistas. Kiwonghi Bizawu (Doutor em Direito Público – Direito internacional e professor de Direito internacional Público e Privado na Escola Superior Dom Helder Câmara) abordou de modo mais direto a relação da prostituição com o tráfico de pessoas, a importância da defesa dos direitos humanos e da educação das meninas como forma de prevenção a fenômenos que estigmatizam, geram violência e privação de oportunidades. Regina Medeiros (Doutora em Antropologia Social e cultural) comentou as falas das mulheres do documentário, relacionando-as com a questão do cuidado na primeira infância, a perspectiva do amor se sobrepondo às dificuldades e o enfrentamento do estigma em busca de uma vida melhor.
O espaço para o diálogo com a plateia trouxe questões como a não vitimização das prostitutas, a necessidade de políticas públicas de prevenção à violência e tráfico de pessoas, a pobreza, a superação e a necessidade de um olhar mais real, mais aproximado sobre o que se passa por trás de cada história, sem o peso do preconceito e dos julgamentos. Isabel Furtado, psicóloga da Pastoral da Mulher, falou sobre a importância de um trabalho em rede, do cuidado, da atenção que complementa o tratamento psicológico realizado na Pastoral.
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